12 de novembro de 2014

Sobre ser



Faz uns dois meses: mudei totalmente minha forma de ver a vida. E de agir diante dela.

Temos o hábito de achar que a forma que nós agimos é a melhor possível, ou que tratar os outros da forma que gostaríamos de ser tratados é uma fórmula que nunca falha. Bem, falha sim.
Descobri isso da pior forma. Sempre fui super atenciosa com quem eu gosto, chegando a ser super protetora; talvez como uma simples forma de proteção a mim mesma, ou para disfarçar carência, vai saber. E de um tempo pra cá percebi que isso pode exercer o efeito contrário; e me deixar mais sozinha do que eu temia ser. A notícia ruim é que isso demorou muito pra entrar na minha cabeça: teve anos enganando a mim mesma, decisões com cabeça quente, psicóloga que me abandonou, crises, fuga pra outro país (ok, por 5 dias), "férias" de redes sociais, sessões e mais sessões de terapia no caminho. Cheguei ao fundo do poço e vi que o fundo ainda tinha um fundo falso. Mas a boa notícia é que eu (acho que) finalmente consegui sair de tudo isso. Consegui entender. Consegui me entender.
Me distanciei de tudo e todos, e aprendi a me aproximar na proporção que cada um permite. Ou precisa. Ou pede. E que vai ter momentos em que eu vou estar sozinha por falta de opção. E que eu posso ter momentos só comigo sem peso na consciência de saber que tem um grupo de pessoas queridas reunidas do outro lado da cidade. Não preciso mais vencer minha preguiça pra ir até eles. Sei que eles estão comigo mesmo assim.
Continuo gostando de ver, abraçar, passar tempo junto. Mas gosto também de ficar na minha. E chegar a esse equilíbrio não foi fácil. Não tem sido fácil. Mas percebo que é o melhor.
Sobre o que passou... ficam as cicatrizes, claro. Em mim e nos outros. Uma pena não poder voltar atrás. Mas é bom colecionar lembranças. E ter do que se arrepender nos faz perceber que ainda há muita viva a ser vivida.

*Entre as mudanças dos últimos meses, veio essa: voltei a escrever. Quem sabe um dia eu tome coragem de publicar tudo aqui.

Um comentário :

Anônimo disse...

Olá, Elisa.

Importante percepção diante da vida.

Abç!