22 de fevereiro de 2011

um mapa na mão...

Que saudades de pegar um mapa e sair perambulando por uma cidade desconhecia, observando cada esquina, prestando atenção em cada rosto diferente que nunca vi e, provavelmente, nunca mais verei. Morar em uma "obra de arte", como dizem por aí, não é uma tarefa tão fácil, mas nos deixa mal acosumados depois que aprendemos a encontrar os endereços simetricamente distribuídos. Nem precisa ir muito longe; é só experimentar dar um pulinho ali em Goiânia pra sentir o gosto de andar por uma "cidade de verdade", como eu costumo dizer.

Não é que eu não goste de Brasília - muito pelo contrário. Cidade com o céu mais lindo de todo o mundo, não tenho dúvidas. Céu que se reflete no Lago Paranoá e, nas tardes de domingo (sim, especialmente as de domingo), proporciona aos nossos olhos o pôr-do-sol mais deslumbrante, visto da Ermida Dom Bosco. Quem não gosta dessa cidade não a conhece, isso é fato.

Amo minha casa, mas como boa andarilha, preciso sempre partir. Sempre volto para casa, mas preciso partir. Há um ano eu desembarcava no Brasil, voltando de duas das cidades mais encantadoras que já pude pisar: Santiago e Buenos Aires. Na primeira, um povo carinhoso que cativa de uma forma inigualável, na segunda, clima de sedução a cada esquina. Não sei se o que me impressionou mais foi o clima bucólico e ao mesmo tempo de metrópole da capital chilena que nessa época do ano só fica escura após as 21h, ou a beleza e loucura que se misturam na linda Buenos Aires.

Foi nessas duas cidades que, depois de muito tempo, pude relembrar o que é o prazer de descobrir o desconhecido, usando só um mapa e disposição pra sair caminhando... e de quebra, com o gostinho de ter que entender uma língua diferente. Quem me dera poder descobrir uma rua como a Florida todo mês, toda semana...


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